Nos dias 28 e 29 de setembro, tive a oportunidade de visitar a região do Pantanal Mato-Grossense e testemunhar os devastadores efeitos da seca que está assolando este bioma crucial para a biodiversidade brasileira e mundial. A convite do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD), presidido pela ativista ambiental Carla Sassi, embarquei nessa jornada para entender mais de perto os desafios que essa seca extrema impõe tanto à fauna quanto à flora da região.
O Impacto da Seca no Pantanal
Durante nossa visita, percorremos a estrada Transpantaneira, uma das principais rotas que atravessa o Pantanal no Mato Grosso, e constatamos uma realidade alarmante: 90% das pontes ao longo da estrada estão secas, privando os animais silvestres de pequenos, médios e grandes portes de uma fonte vital de água. Historicamente, essas pontes d'água eram pontos de hidratação essenciais, garantindo a sobrevivência de diversas espécies. Com a falta de água, muitos animais estão em estado de desespero, forçados a migrar em busca de hidratação e enfrentando um risco maior de atropelamentos, já que se aproximam das estradas em busca de alívio.
A situação se agrava devido à escassez de chuvas, causada pelas mudanças climáticas, e pela exploração inadequada dos recursos naturais da região. O Pantanal, um dos maiores ecossistemas de água doce do mundo, está enfrentando uma crise sem precedentes, e as consequências são devastadoras para a biodiversidade e para as comunidades que dependem desse bioma.
Imagem de um comparativo da ocupação superficial da agua no ano de 1988 e 2023. Fonte da Imagem: GRAD
Ações Emergenciais e Colaboração
No segundo dia de nossa visita, tivemos a oportunidade de colaborar diretamente com o GRAD no abastecimento de alguns pontos estratégicos de água. Utilizamos um caminhão equipado com tanques de mil litros para reabastecer cochos com capacidade aproximada de 500 litros, fornecendo água a áreas onde os animais mais necessitavam. No entanto, essa medida emergencial, embora necessária, é insuficiente para resolver a crise hídrica generalizada que a região enfrenta.
A experiência no Pantanal foi impactante e reforçou a urgência de desenvolver políticas públicas que visem a conservação do bioma e a proteção de suas espécies. Além disso, ficou claro que ações de curto prazo, como o reabastecimento de pontos de água, precisam ser combinadas com estratégias de longo prazo para mitigar os efeitos da seca e das mudanças climáticas.
Parceria com Whindersson Nunes
Uma parte importante desta missão foi a presença do influenciador Whindersson Nunes, que, com sua grande influência, pode amplificar a conscientização sobre a gravidade da crise no Pantanal. Sua participação foi fundamental para mobilizar um público maior e sensibilizar as autoridades, além de engajar mais pessoas na busca por soluções para essa situação emergencial. Esperamos que, com o apoio de Whindersson e outros influenciadores, possamos despertar a atenção necessária para proteger o Pantanal.
Reflexões para o Piauí
Como piauiense, essa experiência no Pantanal também me fez refletir sobre a realidade de nosso estado. O Piauí, assim como o Pantanal, enfrenta regularmente os desafios de um clima árido e seco. A troca de experiências que tivemos no Pantanal será valiosa para pensarmos em soluções que possam também beneficiar as regiões do Piauí que sofrem com a seca, promovendo a resiliência ambiental e social.
Soluções Propostas
Após essa visita, ficou evidente que ações concretas precisam ser tomadas para proteger a fauna e a flora do Pantanal. Entre as soluções emergenciais, sugerimos:
1. A aquisição de tanques e cochos de maior capacidade para criação de novos pontos de hidratação.
2. A implementação de uma rota diária de reabastecimento de água, utilizando caminhões PIPA, para manter esses pontos abastecidos.
3. O uso de equipamentos de monitoramento para proteger os tanques e garantir a segurança das travessias.
Todas as ações acima, foram autorizadas e contaram com a ajuda do Whindersson. Esperamos em 60 dias entender os impactos positivos.
Essa viagem ao Pantanal foi uma experiência transformadora, não só por evidenciar a gravidade da crise atual, mas também por fortalecer nosso compromisso com a preservação dos ecossistemas do Brasil e a busca por soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas.